QUERÍAMOS CANTAR.
CANTAR JUNTOS.
DAVAM TANTOS NOMES PRA ISSO...
ENSACAVAM-NOS EM BATAS PESADAS
OU ROUPINHAS DESCONTRAÍDAS
MAS NUNCA FORA DAS MEDIDAS.
COLOCAVAM EM NOSSAS MÃOS
PASTAS DE TODAS AS CORES
PARA QUE DELEITÁSSEMOS
ÀS SENHORAS E AOS SENHORES.
LEVAMOS NOSSAS BECAS E BICOS
PRA SOAR EM CADA BECO!
PRA SUAR EM TANTAS BICAS...
TEVE ATÉ "AQUELA" MODA
E QUERIAM QUE FÔSSEMOS, COMO CANTORES,
ÓTIMOS MICOS.
...ESTREITAVAM-SE ALGUNS LAÇOS
DESEMBARAÇAVAM-SE ALGUNS NÓS...
JOGAMOS AOS PORCOS NOSSAS PÉROLAS???
EMPENHAMOS NOSSAS AURÉOLAS
E VIVEMOS TODOS OS LUGARES COMUNS:
ENGOLIMOS SAPOS,
VOMITAMOS COBRAS E LAGARTOS,
SOFREMOS AS DORES DE MIL PARTOS,
SENTIMOS O QUANTO A CARNE É FRACA,
DEMOS MURROS E MURROS EM PONTA DE FACA.
E PERCEBEMOS - JÁ LÁ PELAS TANTAS -
QUE NEM MAIS CONSEGUIMOS MUDAR DE ASSUNTO.
ISSO JÁ VIROU UM VÍCIO...
E SE TENTAMOS, NÃO ADIANTA, É ASSIM DESDE O INÍCIO:
ACABAMOS CANTANDO
...E CANTANDO JUNTOS.
Não sei ao certo o ano desta peça do baú. Tá entre 86 e 90...
Retalhos, bordados...coisa boa demais!